Porque o amor não tem idade: a adoção de Zélia Duncan

“A Zélia Duncan me dá amor todos os dias, e eu me sinto honrada de poder cuidar dela nessa fase da vida.”
Em 2025, Cristiana decidiu que era hora de abrir novamente seu coração. Poucos meses antes, ela havia perdido Mafalda, sua companheira canina de muitos anos. A dor ainda era recente, mas a vontade de compartilhar seu amor com outro animal falava mais alto. “Eu sabia que não estava substituindo a Mafalda, mas que podia transformar a vida de mais um bichinho”, conta Cris, que já possuía outros cães e gatos adotados.
Foi pelo Instagram que Cris conheceu o Instituto Hope (@institutohopern), uma ONG que atua no resgate e reabilitação de cães e gatos em situação de abandono e maus-tratos. Desde sua fundação, a ONG já resgatou centenas de animais, sempre com foco no acolhimento responsável e na busca por lares amorosos. “Eu não via empecilhos em adotar um cachorro idoso, assim como a Mafalda era. Sei que eles são os últimos a serem adotados, mas têm muito amor para dar”, explica.
Foi no perfil do Instituto que ela viu pela primeira vez a Zélia Duncan, uma cadela idosa de olhar doce e já com idade avançada. Além da memória de Mafalda, a postagem foi o suficiente para Cris se interessar por Zélia Duncan. “Ela estava com aquele jeitinho tranquilo, meio tímida, e algo me tocou profundamente desde a postagem”, lembra. Dias depois, Cris foi até o abrigo para conhecê-la pessoalmente e dar início ao processo de adoção.
Zélia Duncan havia sido resgatada de uma situação de negligência e já estava no abrigo há algum tempo, mas mesmo assim demonstrava uma enorme capacidade de afeto. Nos primeiros dias, precisou de atenção especial para se adaptar aos demais animais. Foi então que Cris e a cuidadora tiveram a ideia de iniciar essa integração por meio de encontros na creche onde ela costumava deixar seus cães. O processo adaptativo foi rápido e, logo, Zélia Duncan já se sentia em casa. “O pessoal do Instituto Hope foi incrível. Me deram todo o suporte, responderam dúvidas e me acompanharam no processo com muito carinho”, relata Cris.
Hoje, Zélia Duncan é parte essencial da rotina de Cris. “Ela está sempre por perto e me olha com aquele olhar calmo que só os cachorros idosos e cães mais velhos têm”, conta. Para Cris, adotar um cachorro idoso é uma experiência transformadora. “Eles entendem o valor do cuidado, da presença. A Zélia Duncan me dá amor todos os dias, e eu me sinto honrada de poder cuidar dela nessa fase da vida.” Essa adoção é também uma homenagem à Mafalda, que deixou saudades, memórias afetuosas e abriu caminho para um novo amor.
Autor: Jenyffer Sampaio